Cotação do Ouro pode chegar aos 1900 Dólares até ao final de 2012
Segundo uma publicação recente, pela agência de noticias Brasil-Árabe, a cotação do ouro tem vindo a subir consistentemente desde 2001, depois de 20 anos estagnado. Em 2001 o valor da onça de ouro rondava os 300 dólares. Desde essa altura a valorização anual do ouro tem estado praticamente sempre acima dos 10% chegando em alguns anos a rondar os 30% de valorização. Estas valorizações consistentes resultaram num máximo histórico de 1900 Dólares por onça em Setembro de 2011.
No decorrer de 2012 deu-se uma consolidação, estando hoje a cotação do ouro em 1746.60 dólares e há muito que não passa para baixo dos 1500 dólares por onça.
“O metal valorizou principalmente com a crise financeira internacional, a partir de 2008. Com a volatilidade dos mercados, muitos investidores correram para aplicações mais seguras, e o ouro cumpre esse papel desde que o mundo é mundo. Com a economia mundial agora abalada pela crise da dívida na Europa, o noticiário vive cheio de informações ruins e a única certeza é: haverá ainda muita incerteza até que as finanças globais retornem aos trilhos.
Nesse cenário, a avaliação é que o metal dourado vai continuar a oscilar, mas dificilmente cairá abaixo do patamar atingido nos últimos anos. “O ouro dificilmente vai baixar do patamar de US$ 1,5 mil a US$ 1,6 mil [a onça] no médio prazo”, disse o geólogo e consultor em economia mineral Luciano Borges. “Não acredito em queda [maior] nem com a estabilização econômica e política”, acrescentou.
A cotação do ouro foi catapultada ainda mais por um fenômeno decorrente da crise, a política monetária adotada pelos governos de diferentes países, com destaque especial aos Estados Unidos – afinal o padrão mundial é o dólar -, que pratica a “quantitative easing”, uma espécie de eufemismo para a impressão de mais dinheiro. O objetivo é injetar mais recursos na economia, estimular o crédito, o consumo e, consequentemente, o crescimento.
Mas essa estratégia provoca também a desvalorização da moeda e empurra para o ouro investidores que costumam compra dólar. Some-se a este mecanismo as taxas de juros baixíssimas praticadas atualmente na economia internacional, o que torna outras aplicações financeiras pouco atraentes, além dos altos e baixos do mercado de ações.
“Quando há crise [na economia], há uma corrida para o ouro. É um fenômeno atávico e cultural de milênios”, observou o diretor de Assuntos Minerais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Ribeiro Tunes. “A curva histórica do [preço] do ouro sobe e nunca volta para patamares muito baixos”, destacou.
Difícil mesmo é saber até onde pode ir a cotação do ouro. “Essa é a pergunta de US$ 1 bilhão”, ironizou Borges, que diz que existem empresas do ramo de mineração que falam que a onça pode chegar a US$ 2,5 mil, mas ele mesmo não acredita em um preço acima de US$ 2 mil, pelo menos não no curto prazo.
Para o diretor de Operações com Ouro da distribuidora de títulos e valores mobiliários OM Grupo, de São Paulo, Aquiles Júnior, o valor pode chegar a US$ 1,9 mil até o final do ano. Ele destaca que a evolução da cotação está de acordo com as projeções feitas pela empresa no início do ano e afirma que, mesmo com as oscilações, no futuro o valor do metal “não deve voltar muita coisa”.
Dizer que a cotação vai continuar em nível alto, porém, não é garantia de retorno. O professor de Finanças da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Keyler Carvalho Rocha, observa que o preço pode continuar a subir, mas como já está alto, também pode cair, mesmo permanecendo em um nível acima dos valores históricos.
“Não há nada científico sobre o ouro”, ressaltou Rocha. O professor cita fenômenos que podem ocorrer e incentivar os investidores a buscar outras aplicações, como uma mudança significativa nas taxas de câmbio, venda do metal por bancos centrais e uma melhora da economia internacional. Para ele, é preciso uma visão muito pessimista do cenário internacional para apostar numa contínua valorização do ouro.
Rocha destaca que aplicações como as ações, embora possam oscilar bastante, têm outras vantagens, entre elas o pagamento de dividendos, que dependem muito mais do desempenho da empresa escolhida do que dos altos e baixos da bolsa de valores.
Fonte: agência de notícias Brasil árabe
Mas afinal o que provocou isto na cotação do ouro?
São vários os factores que têm projetado a cotação do ouro para estes valores.
• Crise financeira internacional de 2008 – com a volatilidade dos mercados, os investidores fizeram o que sempre fazem nestas ocasiões. Refugiaram-se em activos mais seguros, menos influenciados pelos humores dos mercados, como é o caso do ouro.
• Politica monetária dos bancos centrais, em particular da Reserva Federal Norte Americana – desde há umas décadas que o padrão monetário mundial é o dólar. Tendo em conta que a politica monetária norte americana tem estado assente numa lógica de “quantitative easing”, tendo sido o mais recente o QE3, o que na prática representa uma impressão desenfreada de dinheiro. Este fenómeno leva inevitavelmente a uma desvalorização das moedas, pelo que naturalmente os investidores, vendem os seus dólares e trocam-nos por ouro, de forma a não perderem poder de compra.
Até onde pode chegar a cotação do ouro?
Como é referido no artigo, ninguém sabe ao certo mas existem já algumas previsões:
Jim Sinclair – 3.500 Dólares/Onça de ouro em 2013. Investidor veterano e uma das maiores referências no mercado do ouro acredita que com possibilidade de ocorrer já em 2013
Mike Maloney – 10.0000 Dólares /Onça. Autor e investidor, o proprietário da GoldSilver acredita que até ao final do ciclo deste Bull market, é possível ver a cotação do ouro a chegar aos 10.0000 Dólares por onça, podendo até chegar aos 15.000 Dólares. Segundo ele, tudo vai depender da quantidade de dinheiro que os bancos centrais injectarem no mercado.
James Turk – 8.000 Dólares / Onça. Fundador da GoldMoney , acredita que a cotação do ouro pode tingir 8.000 Dólares por onça.
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